Diário de Curso

quinta-feira, agosto 17, 2006

Conteúdos

O conteúdo trabalhado na escola é ínfimo comparado a quantidade de conhecimentos veículados no mundo a cada segundo e o texto refere-se a condição estática do conteúdo na escola, o qual é verdade e dou fé: veja o exemplo, minha maior experiência é com alunos do ensino médio noturno, geralmente alunos que já não estão na faixa etária correspondente, que vão e voltam à escola, param, desistem, evadem, muitos ficam anos nesse vai e vem. Alguns deles guardam os cadernos dos anos anteriores e ás vezes estudando algum conteúdo, lembram e dizem que já viram aquilo, até trazem o caderno para mostrar e comprovar. De fato os alunos desse tipo de caso apenas viram os conteúdos, nada aprenderam. Eles dizem: é sempre a mesma coisa, pensei que tinha mudado! Esse tipo de comentário é a constatação de que o conteúdo está estático na escola e que mesmo com o desenvolvimento da tecnologia e a chegada dela na escola o quadro ainda não se modificou.
Os absurdos escritos pelos alunos em provas, testes, vestibulares também começam a nos fazer pensar que alguma coisa está errada na escola quanto aos conteúdos que são pré-requisitos para o aluno passar de uma série para outra. Porque ele não consegue desenvolver-se adequadamente nas séries seguintes, já que atingiu os pré-requisitos exigidos? Porque seus conhecimentos são tão falhos? Respondo: o aluno é obrigado a trabalhar na escola com assuntos que não são de seu interesse, não despertam a sua curiosodade, não geram necessidade de pesquisa, ou seja, estão longe de seu universo. Começo a entender a cultura do projeto! Nesse tipo de trabalho o conhecimento do aluno será buscado e desenvolvido por ele a partir de seus interesses, mediado pelas intervenções do professor. Essa é a principal e fundamental ença nos dois tipos de trabalho escolar. Chegar a esta conclusão até não é muito difícil. Difícil mesmo vai ser atingir a maioria dos envolvidos no desenvolvimento do processo escolar, professores, pais, alunos.